
AÇORES - SÃO MIGUEL
O paraíso do verde e do azul, das crateras, dos lagos, dos bifes de vaca, da pimenta da terra, dos queijos e das boas gentes.
Dia 1 - Porto - Ponta Delgada
Dia 2 - Ponta Delgada - Rabo de Peixe - Ribeira Grande - Miradouro do Cintrão - Miradouro de Santa Iria - Furnas
Dia 3 - Ponta Delgada - Miradouro da Vista do Rei - Monte Palace Hotel - Lagoa do Canário - Miradouro da grota do inferno - Miradouro Cerrado das Freiras - Lagoa de Santiago - Sete cidades - Miradouro da Lomba do Vasco - Miradouro da Ilha Sabrina - Ponta da Ferraria - Miradouro da Ponta do Escalvado - Mosteiros - Miradouro do pico do carvão
Dia 4 - Ponta Delgada - Lagoa - Miradouro do Pisão - Praia d' água d'alto - Vila Franca do Campo - Ermida de Nossa Senhora da Paz - Lagoa do Congro - Porto Formoso - Vale das lombadas - Lagoa do Fogo/ Miradouro da Barroca - Salto do Cabrito
Dia 5 - Ponta Delgada - Praia de Santana - Praia do Areal de Santa Bárbara - Chá da Gorreana - Miradouro Pedra dos Estorninhos - Parque natural da Ribeira dos Caldeirões - Miradouro da Ponta do sossego - Miradouro da ponta da madrugada - Miradouro de água retorta - Miradouro do Pico longo - Miradouro do por do sol - Povoação - Cascata da Ribeira Quente - Praia do Fogo - Miradouro do Pico do Ferro - Mata José do Canto - Casa Invertida - Poça da Dona Beija
Dia 6 - Ponta Delgada - Jardim António Borges - Mercado da Graça - Parque Terra Nostra
Dia 7 - Ponta Delgada - Porto
DIAS 1 e 2
A viagem foi realizada em plena pandemia covid-19. No início ficámos um pouco receosos por causa das formalidades de embarque e de qualquer medida governamental que pudesse afetar a viagem mas os voos estavam bastante baratos e mesmo perto da data da viagem, decidimos arriscar. Foi a melhor decisão que tomámos. Não viajávamos para fora do país há mais de um ano e já nos estava a fazer falta fazer as malas e apanhar o avião.
Para os Açores é necessário fazer o teste da covid até 72h antes da viagem, ou à chegada e esperar em isolamento no alojamento escolhido, até a saída do resultado do teste, tudo pago pelo governo dos Açores. Há uma lista online dos locais onde se pode fazer o teste e que têm acordo com o governo do arquipélago.
No caso de ficarem sete dias ou mais pelas ilhas, terão de submeter-se a novo teste. O dia, hora e local da colheita serão posteriormente informados através de uma chamada telefónica, quando já se encontrarem na ilha.
Se nos sentimos seguros? Bastante. O aeroporto estava com muito pouca gente e a grande parte dos que estavam, tinha testes negativos. Na ilha haviam muito poucos turistas e dava perfeitamente para evitar multidões.
Na chegada ao aeroporto de Ponta Delgada têm de mostrar o resultado negativo do teste e o formulário que está disponível online, preenchido. Têm também como opção enviar tudo previamente através do site dos açores.
A melhor maneira de conhecer a ilha é de carro e decidimos alugar carro através da rentalcars. Chegados ao aeroporto e ainda lá dentro, dirigimo-nos ao stand da Ilha Verde para formalizar o contrato. Tivemos de deixar depósito a crédito no valor de 1300 euros e 10 euros como taxa de limpeza caso o carro não voltasse nas mesmas condições em que foi entregue. Para além do aluguer do carro, acrescentámos o seguro superior da rentalcars. Usámos a aplicação do google maps para nos orientarmos na ilha mas têm também a opção do waze e do heremaps. O heremaps tem a vantagem de se poder descarregar o mapa e depois usar a aplicação offline.
No primeiro dia na ilha estava grande temporal e tivemos de reformular o roteiro. Tentámos ir a locais onde o tempo não afetasse tanto a visita. Começamos pela plantação de ananás A. Arruda em Ponta Delgada, seguiu-se Rabo de Peixe, Ribeira Grande, Miradouro do Cintrão, Miradouro de Santa Iria e no final seguimos até à região das Furnas. Visitámos as caldeiras e o local onde se fazem os cozidos. A nossa ideia seria tomar banho num dos parques de água quente mas não fomos preparados com toalhas e eles neste momento não estão a lugar. Ainda cedo retornámos à capital para aquecer com um chá. Escusado será dizer que os miradouros foram tentativas falhadas. Este dia foi mais de reconhecimento uma vez que voltámos a passar nestes locais nos dias seguintes.
DICAS:
- Podem deixar o carro no aeroporto do Porto a preços acessíveis usando os parques low cost. No parque verde existe um shuttle que vos leva até ao aeroporto, caso achem necessário. Quando fizerem a reserva recebem um qrcode e será esse código que vão usar para pagar nas máquinas. Tanto na entrada como na saída ele faz o reconhecimento através da matrícula.
- O seguro superior do carro pode ser feito diretamente através da agência de aluguer. Neste caso será mais prático o reembolso caso alguma coisa aconteça com o carro. Se o seguro for feito com a rentalcars, terão de avançar primeiramente com o dinheiro e só depois poderão pedir reembolso à rentalcars.
- O carro normalmente é a gasolina mas aconselhamos a fazerem upgrade para um carro a gasóleo (no nosso caso foi mais 18 euros), ajuda bastante nas subidas e fica mais em conta no final.
- Perto da Ribeira Grande também podem visitar a fábrica de licores "Mulher do Capote".
- Levem um impermeável, manga curta, manga comprida mais fresca e uma camisola mais quentinha no caso de ser um dia mais frio. No geral uma camisola fresca ou t-shirt e um casaco leve, servem.
- Fazendo o teste covid-19 antes de embarcar e submetendo-o online, dá direito a um voucher de 35 euros que podem gastarem estabelecimentos aderentes nos Açores.












DIA 3
O dia começou cheio de sol e, quando isso acontece, é hora rumar às vistas das lagoas mais famosas. Escolhemos as sete cidades. Aproveitando o sol e como não sabíamos se iríamos ter novamente um céu tão limpo, começámos pelo miradouro da vista do rei seguindo-se o hotel abandonado "Monte Palace", logo ali ao lado. A entrada está vedada mas, pelo que nos pareceu, a melhor maneira de entrar será mesmo saltar o portão principal. O hotel é espetacular, uma pena ninguém pegar nele e fazer uma reformulação. As vistas são das melhores. Seguiu-se a lagoa do canário. Para entrar segue-se um pouco pela mata do canário e vira-se à esquerda. Se quisermos ser surpreendidos pela melhor vista da ilha, teremos de seguir sempre em frente ao invés de ir para a esquerda. Ao fim de 1km e pouco chegamos ao miradouro da grota do inferno.
Uma vez que queríamos visitar a parte mais oeste da ilha, tivemos de voltar para trás e passámos pelo miradouro Cerrado das Freiras e pela lagoa de Santiago, atravessámos a aldeia das sete cidades, parámos no miradouro da Lomba do Vasco e no miradouro da Ilha Sabrina. Neste último avistámos a Ponta da Ferraria, onde existem piscinas naturais de água quente (mais favorável quando a maré está mediana ou pouco baixa) e termas. O próximo foi o miradouro da Ponta do Escalvado, onde se avistava a próxima paragem: Mosteiros. Aqui também é possível dar um mergulho nas piscinas naturais. Houve paragem para almoço para provar o famoso e tenro polvo. Do lado oeste estava a volta quase concluída. Para voltar a Ponta Delgada decidimos fazer uma estrada de retorno diferente, passando pelo miradouro do pico do carvão, que nos permite avistar a ilha de norte a sul e a zona central. As estradas são maravilhosas de percorrer, no verão ainda mais, já que as hortênsias pintadas de azul nos vão indicando o caminho, estando por toda a parte.
Jantámos por Ponta Delgada. A cidade é um pouco escura, banha-se essencialmente de preto e branco e à noite a luz é fraca. Reparámos que as pessoas são muito silenciosas, mesmo nos restaurantes e é tudo levado com muita calma.
DICAS:
- Outros locais próximos a visitar: Miradouro das Cumeeiras, Lagoa das Empadadas e Lagoa das Éguas. Junto à mata do canário é possível fazer um trilho que passa nestas lagoas.
- Há visitas guiadas para avistamento de cetáceos. Aconselho verificarem a altura do ano em que é mais provável acontecerem os avistamentos.
- Se possível, reservar os restaurantes com antecedência.
- O ideal seria começar por fazer a visita ao contrário, começando pelo pico do carvão, seguir os pontos turísticos até ao miradouro do rei, ir pela vila das sete cidades e acabar com o por do sol em mosteiros ou ponta da ferraria.

























DIA 4
Mais um dia de sol. Seria então objetivo do dia visitar outra lagoa, a do Fogo.
Primeiro passámos pela vila de Lagoa, visitámos a praia d'água d'alto com a sua areia preta e água bem azul (como todas as outras praias da ilha) e parámos em Vila Franca do Campo para avistar o famoso ilhéu. Subimos à Ermida de Nossa Senhora da Paz que tem um bela vista sobre Vila Franca e o Ilhéu e rumámos à Lagoa do Congro. Uma das mais belas, pelo verde, pelos reflexos das árvores na água e pelo lindo trilho que se faz até lá chegar. O almoço foi em Porto Formoso, comer o delicioso peixe meru e o queijinho fresco com pimenta da terra. O que se seguiu foi uma aventura onde não atingimos o objetivo final: o vale das lombadas. A estrada é sinuosa, só passa um carro e com o temporal que esteve uns dias atrás haviam pedras e árvores no meio do caminho. Tivemos de voltar para trás. Pelo que dizem pode-se beber água com gás diretamente de um riacho e fazer vários trilhos. Era quase hora do pôr do sol e agora sim, partimos à descoberta dos miradouros da Lagoa do Fogo. O mais bonito é o miradouro da Barroca. Grande paisagem, das mais belas, picos sinuosos e selvagens.
Lá perto e com alguma luz que ainda nos restava neste dia, fomos até ao salto do cabrito. Mais um sítio com uma linda cascata.
Uma coisa que gostámos muito foi da limpeza das ruas. Todos os dias havia pessoas a limpar as estradas.
DICAS:
- Opção de visitar a fábrica da cerâmica Vieira em Lagoa e o observatório vulcanológico.
- Perto da lagoa do fogo pode-se visitar e mergulhar nas águas quentes da caldeira velha.
- Visitar o ilhéu de Vila Franca, de barco.



















DIA 5
Começámos o dia pelas praias da zona norte da ilha. O tempo estava um pouco cinzento mas uma hora depois começou a descobrir. E que calor se fez. Praia de Santana, praia do Areal de Santa Bárbara e um pouco mais adiante, a fábrica de chá da Gorreana. Não houve quem nos fizesse uma visita guiada mas pudemos visitar as instalações e as plantações. Mais uma cascata a acrescentar à lista, o salto da farinha vista do miradouro Pedra dos Estorninhos. Já com bastante sol e calor visitámos o parque natural da Ribeira dos Caldeirões. Lindo! Mais cascatas, mais verde, mais hortênsias.
Rumo ao nordeste. Com paragem nos miradouros da Ponta do sossego e da ponta da madrugada onde quem reina são os gatos. Começando a descer, parámos no miradouro de água retorta, no do pico longo e no miradouro do por do sol. Rapidamente atravessámos Povoação e a belíssima Cascata da Ribeira Quente, que fica numa abertura a meio de um túnel. Uma agradável surpresa. Na Ribeira Quente não deixem de visitar a Praia do Fogo.
Contornámos de seguida a lagoa das furnas passando pela mata José do Canto onde podem ver a Ermida de nossa senhora das virtudes e subimos ao miradouro do Pico do Ferro. A melhor vista das furnas. Na cidade, e podendo passar despercebida, pode-se ver a Casa Invertida.
Destino final do dia: Poça da Dona Beija. Aqui pode-se relaxar até bastante tarde em águas a 39º. O ideal será ir àquela hora perto do pôr do sol para poder apanhar luz do dia e o acender das luzes à noite. Há vários tanques com diferentes alturas e com várias saídas de água tipo cascata, para relaxamento muscular.
DICAS:
- No miradouro da pedra dos estorninhos é possível descer até à cascata do salto da farinha e fazer um pequeno trilho.
- Perto de Povoação há o trilho do salto do prego que permite vislumbrar uma cascata e o miradouro de pico dos bodes também é um local a acrescentar à lista.
- Na poça dona beija convém levar um fato de banho e toalhas mais velhas. Vai ficar tudo manchado de laranja porque a água é férrea. Neste momento não estão a alugar cacifos nem toalhas e os balneários estão indisponíveis. Em todo o espaço é necessário andar de máscara e calçado (exceto nos banhos).
























DIAS 6 e 7
O último dia na ilha estava previsto ser mais descansado. Demos uma caminhada matinal pelo Jardim António Borges em Ponta Delgada. As árvores, plantas e flores estão assinaladas segundo a sua origem. Muito bonita e interessante esta visita, com bastante variedade de flora. Fomos de seguida ao Mercado da Graça fazer umas comprinhas para levar connosco para Portugal. Paragem obrigatória no Rei dos Queijos e comprar o ananás ou a pimenta da terra tanto moída como em vegetal, que está presente em quase toda a comida da ilha. Há também a opção de comprar carne embalada em vácuo.
A tarde levou-nos de volta às furnas e foi passada no Parque Terra Nostra. Mais um esplendoroso jardim. Nesta ilha reinam as árvores e folhas gigantes, o verde em toda a parte. Também aqui se pode relaxar nas águas quentes. Há uma "banheira" principal gigante mas que a meu ver peca por causa da profundidade. Tem cerca de 1,30 metros e não há a possibilidade de sentar como há na poça da dona beija. Há ainda um jacuzzi, com número limitado de pessoas.
Dia seguinte, seria dia de voltar ao Porto, com muita pena nossa. Connosco levamos a boa hospitalidade, a limpeza das ruas, a boa comida, as imensas vaquinhas e o verde... muito verde!
DICAS:
- Em Ponta Delgada ficou por ver a gruta do carvão e o Palácio de Sant'Ana junto ao jardim botânico.
- Para uma vista aérea da cidade podem subir à torre da câmara.
- Para estacionamento gratuito e porque é bastante difícil estacionar na capital sem se pagar, podem usar o parque do centro comercial "Parque Atlântico.





















Sugestão de alojamento: Casa da Ilha - anfitriões muito simpáticos, quarto limpo todos os dias, ótimo pequeno-almoço, cama e almofadas excepcionalmente confortáveis e estacionamento à porta.
Sugestão de restaurantes:
1. Ponta Delgada
- O Galego (melhor bife, ótimo pudim de feijão)
- Quinta dos Açores
- Alcides
- A tasca (bom bife de atum, bolo lêvedo com manteiga de alho e petiscos)
- Colmeia Asia (caso queiram optar por mudar o tipo de gastronomia)
- Gelataria Abracadabra
2. Água de Pau
- Casa do Abel (mesmo dono que Ponta do Garajau, um pouco caro)
3. Porto Formoso
- Casa de pasto O Amaral (ótimo peixe e queijo fresco com pimenta da terra)
4. Mosteiros
- O Américo de Barbosa (polvo é a especialidade mas o bife da casa compete muito com o galego para o primeiro lugar)
5. Ribeira Grande
- Associação Agrícola
6. Furnas
- Vale das Furnas (cozido não ficou na memória pelo sabor mas é servido em grande quantidade)
- Banhos Férreos (cozido melhor que o vale das furnas mas com menos enchidos)
Sugestão de iguarias típicas: bolos lêvedos, bebida de maracujá "kima", queijadas de vila franca, bife regional, pimenta da terra, queijos, ananás, lapas, chá, fofas de povoação, cozido das furnas.
DESPESAS
Voos - 40€
Alojamento 6 noites - 134,5€
Comida - 180€ (média de 16 euros por refeição)
Entradas no Parque Terra Nostra, Poça Dona Beija e Caldeiras das Furnas - 17€
Aluguer de carro a gasóleo com seguro superior - 76€ (despesa já dividida por duas pessoas)
Estacionamentos - 0,85€ (despesa já dividida por duas pessoas)
Combustível - 22€ (despesa já dividida por duas pessoas)
Total gasto por pessoa: 470,35€