
PASSADIÇOS DO PAIVA, SERRA DA FREITA E DRAVE
O contacto com a natureza, longe do stress do dia-a-dia.
Apreciar a vida a um ritmo mais lento.
Viagem realizada em Junho de 2019.
Passadiços do Paiva
Para começar o nosso fim-de-semana pela zona de Arouca, optámos pelos passadiços do paiva que têm um custo de entrada de 2€ e o bilhete compra-se previamente online. Há um número limitado de entradas e há certas datas em que esgota. Caso tenham algumas dúvidas, encontram no site todas as informações necessárias relativamente a acessos e quais os cuidados a ter antes, durante e depois do percurso.
Decidimos fazer apenas uma direção dos passadiços e, de acordo com o aconselhado, começámos o percurso pelo lado do Areinho e acabámos em Espiunca. A subida inicial tem bastantes escadas mas é mais fácil do que o que tinha ouvido falar. E eu não sou propriamente atlética. Já para não falar que custaria mais fazer esta subida no final do percurso, já mais cansados. Depois disso o percurso faz-se tranquilamente com algumas escadas maioritariamente a descer e algumas subidas mínimas em rampa. Fazendo o percurso ida e volta será claramente mais extenuante, apesar de me parecer de dificuldade média. Pessoalmente não vejo muito interesse em fazer ida e volta uma vez que a paisagem será a mesma, mas isso depende do tempo que aqui quiserem dispensar. Os bilhetes de entrada são entregues no final da subida inicial para quem começa pela zona do Areinho. Podem iniciar o percurso por qualquer uma das entradas, independentemente do local escolhido quando fizeram a marcação do bilhete. O percurso é relaxante com vários miradouros, onde nos sentimos em contacto direto com a natureza, acompanhados pelo rio Paiva e algumas cascatas, onde se consegue disfrutar de um pouco de paz que às vezes nos falta no dia-a-dia. Antes de chegar à zona da praia fluvial (a meio do percurso) há uma pequena ponte suspensa que nos permite atravessar o rio até à outra margem, não sendo de passagem obrigatória. Quando chegámos a Espiunca, optámos por fazer o nosso almoço/piquenique junto ao rio, numa zona calma que por lá encontrámos. Há também um café e táxis.
Vou deixar aqui algumas dicas a ter em conta:
- o percurso num dos sentidos é de cerca de 8km;
- está em construção uma ponte suspensa que tem previsão de término no final de 2019;
- se fizer o percurso apenas num sentido e for com mais gente, pode deixar os carros repartidos pelo Areinho e por Espiunca ou então optar por voltar de táxi ao local da partida ou até mesmo de jipe, como foi o nosso caso. O valor foi praticamente o mesmo e ainda tivemos um "guia" durante o caminho. Foram 19€ para seis pessoas;
- no Areinho há vários parques de estacionamento desnivelados. O melhor será tentar deixar o carro no parque mais em baixo, onde há um acesso a uma pequena praia e um bar com casas de banho, que é o mais próximo do local de início da caminhada;
- levem algo para comer e beber. Nós demorámos cerca de 2h30, nas calmas e com algumas paragens para apreciar as vistas;
- a meio do percurso, existe uma praia fluival, a praia do Vau onde há também bebedouros e casas de banho;
- ao longo do percurso há telefones SOS caso seja necessário;
- em dias de bastante sol não se esqueçam do protetor solar, embora ao longo do caminho hajam vários segmentos com sombra;
- não é estritamente necessário ir com roupa desportiva, leve roupa e calçado com que se sintam confortável.
























Serra da Freita
Depois da visita aos passadiços, queríamos conhecer um pouco da Serra da Freita. Antes de deixarmos as nossas coisas no local onde iríamos pernoitar, dirigimo-nos ao Miradouro do Detrelo da Malhada. Um sítio lindo de morrer, com uma vista fantástica. Depois seguimos então até ao parque de campismo Refúgio da Freita. Optámos por dormir em bungalows. No entanto tivemos de levar toalhas e sacos cama para dormir. O parque está muito bem localizado e tem as infraestruturas suficientes para passarmos a noite. O parque está sempre rodeado de animais de pasto e há alguns percursos pedestres que começam lá. Há várias sugestões no site do parque e no site do arouca geopark. Nós não tivemos tempo para explorar a zona através de percursos pedestres, com muita pena nossa mas tentámos descobrir alguns sítios acessíveis por carro. Seguimos em direcção à Frecha da Mizarela. Pelo caminho passamos por paisagens incríveis. Outro ponto de interesse nesta zona são as pedras parideiras. São um fenómeno geológico raro, um tipo de pedras que brotam de uma rocha-mãe de origem granítica. A camada externa é composta por biotite e a interna possui um núcleo de quartzo e feldspato potássico. Estes nódulos ao se desincrustarem da rocha-mãe, deixam um baixo relevo na rocha-mãe. Junto ao Centro de Interpretação das Pedras Parideiras é possível visualizar este fenómeno. Para terminar o nosso dia, não podíamos deixar escapar uma trinca na carne arouquense, típica da zona. Provámos num restaurante em Arouca não só a carne arouquesa mas também uma ótima vitela e ainda doces conventuais. Apesar da demora (convém fazer marcação) fomos muito bem recebidos.
Ficou muito por explorar nesta zona maravilhosa. No entanto podemos sugerir alguns locais de que ouvimos falar:
- São Pedro Velho
- Marmitas de Gigante do Caima
- Meandros do Paiva (Janarde)
- Gralheira d'água
- Pedras boroas
- Portal do Inferno e da Garra
- Panorâmica Mira Paiva sobre Aldeia Paradinha
- Centro de interpretação geológica de Canelas
- Museu das trilobites
- Radar meteorológico de Arouca: Panorâmica da Costa da Castanheira
- Arouca
- Alvarenga (provar o bife de seu nome)
- Minas de Regoufe
Sugestão de alojamento: Parque de Campismo Refúgio da Freita
Sugestão de restaurantes: Restaurante Parlamento em Arouca. Restaurante Mira Freita.















Drave
O plano para o segundo dia era fazer o trilho que nos levava até à aldeia mágica de Drave.
O percurso tem início na aldeia de Regoufe e pelo caminho passamos pelas minas. O carro tem de ficar quase à entrada da aldeia e temos de descer até à ponte que nos leva até a outra margem da ribeira para podermos começar a subir.
O percurso é de 4km para cada lado e é mais difícil do que o dos passadiços. O terreno é serpenteado, desnivelado e com algumas pedras. Embora a subida/descida pior seja ao início/final. Demorámos cerca de 4h a ir e vir e a visitar a aldeia.
A aldeia de xisto era até 2009 habitada por uma idosa que se recusava a deixar a sua aldeia, mas é agora desabitada. Drave não tem electricidade, água canalizada, saneamento, gás, correio e a rede de telemóvel é escassa. Uma vez por ano, em Agosto, há a festa da aldeia que recebe centenas de pessoas.
Junto à ribeira há pequenas cascatas e uma piscina natural onde nos podemos banhar e árvores com sombra onde nos podemos refrescar.
Gosto pessoal, Drave vale mais a pena do que os Passadiços do Paiva. Não pela aldeia em si, porque há muitas aldeias destas, mas pelo percurso lindo que se faz até lá chegar. O ideal será sempre fazer os dois e tirarem as vossas conclusões.
DICA: o percurso é feito maioritariamente ao sol, por isso façam uso do protetor solar, de chapéu ou, se o tempo o permitir, mangas compridas.



















